Feira de Sergipe: artesanato com traços de seu criador

Rafael Ramos

Economia Criativa

Artesãos expõe trabalhos carregados de dedicação e histórias de amor.

Na Feira de Sergipe 2018 estão presentes mais de 100 stands exclusivos para exposição do rico artesanato sergipano. Nesses locais, artesãos de diversas partes do Estado apresentam seus trabalhos, dentre eles, exemplos de pessoas que além de vender seus produtos manifestam uma afinidade particular ainda maior com seus trabalhos.

Dona Marinalva Santana Dantas é do povoado da Serra do Machado, na cidade de Ribeirópolis, agreste sergipano. Em seu stand, diversas peças em tricô, bordado e patchwork, bem como o nome do espaço, Cantinho da Vovó, já revelam de onde veio a inspiração para seus trabalhos.

“O stand é uma homenagem às minhas netas e a mim mesma, já que comecei ainda criança a bordar. Com a chegada das netinhas, me empolguei a fazer ainda mais roupas e coloquei o nome da minha lojinha de Cantinho da Vovó”, conta a artesã.

No cantinho de dona Marinalva têm toalhas, artigos de cama, mesa e banho, mas as peças para as crianças são as preferidas da bordadeira. Quando questionada sobre o que prefere fazer, ela responde sorrindo. “Gosto de trabalhar com roupas de criança. Os vestidos e os sapatinhos são os que mais gosto de produzir”, diz.

Toda a dedicação com que a artesão produz vem de família. Ela conta que cresceu numa casa onde a habilidade com a linha e a agulha foi ensinada desde cedo. Hoje é a vez de dona Marinalva ensinar sua neta, consciente da importância de passar esse trabalho adiante.

“Ela tem oito anos, mas já pega a agulha e diz que quer fazer crochê. Daí vou lá e a ensino. Ela já ajuda produzir algumas peças.  É assim que a gente vai repassando esse conhecimento de geração em geração, para não deixar o artesanato morrer”, afirma.

Para o artesão Diego de Souza Carvalho, a principal inspiração para o trabalho que desenvolve vem da natureza. “Gosto de usar coisas do mar, pedras naturais, semipreciosas, cristais, couro, metal e tudo o que posso usar no meu trabalho manual”, relata.

Seus acessórios são quase sempre cheios de detalhes e não seguem um modelo, pois, segundo ele, é pura inspiração. “A gente faz primeiro a peça e dali posso ter uma ideia de como melhorar, como aperfeiçoar a sintonia das cores, chegando ao resultado final”, explica Diego.

E quando a afinidade com o trabalho nasce de uma cultura bem distante, mas que se concretiza dentro de casa? Aconteceu assim com a artesã Sara Idris. Ela conta que começou a admirar os artefatos egípcios com o pai, que nasceu naquele país.

“Sou filha de egípcio, mas além de me identificar com essa linha, também gosto muito da cultura indiana, cigana e árabe. Depois de oito anos morando em Aracaju, hoje entra nos meus trabalhos um pouco do que vivo aqui em Sergipe” diz ela mostrando uma arara que é uma forma de homenagear Aracaju.

Além das pinturas nos vitrais e nos painéis da Sara, nos acessórios do Diego ou nos bordados de dona Marinalva e de toda uma infinidade de produtos, a Feira de Sergipe é uma oportunidade de encontrar, também, histórias de amor pelo que se faz.

A programação completa do evento está disponível no www.se.sebrae.com.br. Mais informações pelo telefone 0800 570 0800. A Feira de Sergipe é uma promoção do Sebrae e conta com o apoio do Governo do Estado, Prefeitura de Aracaju, Fecomércio, Faese, Fies, Faciase, FCDL e CDL.

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