Uma história de cultura e resistência na Feira de Sergipe

Rafael Ramos

Economia Criativa

Artesãs do município de São Cristóvão retratam grupos folclóricos através de bonecas.

Um grupo de mulheres e um ideal: manter viva a memória dos grupos folclóricos da histórica cidade de São Cristóvão. O município, que fica à 22 km da capital sergipana, já ostentou o título de capital do Estado e hoje faz parte do roteiro turístico de muita gente, principalmente por guardar um rico patrimônio histórico, que data do período colonial.

Um exemplo disso é a Praça São Francisco, uma edificação barroca, que foi eleita Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), em 2010. Mas a quarta cidade mais antiga  do país é, também, referência da cultura popular.

Por lá, nasceram diversos grupos folclóricos de reisado, samba de coco, taieiras e caceteiras. É nesse cenário que um grupo de mulheres se reuniu e passou a retratar em pequenas bonecas, a história desses folguedos, inclusive alguns que não existem mais no município, a exemplo da chegança e da dança do langa.

A artesã Carmem Verônica dos Santos é uma das mulheres que integram esse grupo e fala com orgulho da importante missão de divulgar as danças folclóricas do município. “A gente faz bonequinhas temáticas que retratam esses grupos de dança da nossa cidade. Nesse grupo, trabalhamos com bordados voltados para esse mesmo tema, como passadeiras e panos de bandeja, tudo em ponto de cruz”, explica ela.

Atividades

O projeto integra doze mulheres e foi idealizado pela professora e pesquisadora do Folclore, Aglaé Fontes, quando foi secretária de Cultura do município. A partir daí, a proposta foi aprovada pela Câmara de Vereadores de São Cristóvão e o grupo ganhou uma sede no centro da cidade para realização dos trabalhos.

Todos os dias, incluindo os fins de semana, as mulheres cumprem uma escala de atividades na sede que funciona no Balcão Corrido, um casarão antigo, que também é também local de visitação dos turistas interessados acompanhar a confecção das bonecas.

“Todas nós fazemos um revezamento e cada uma cumpre o seu horário para atender ao nosso público maior que é o turista. Eles valorizam muito nosso trabalho e amam ver a gente produzindo. Quando saem, sempre levam uma lembrança daqui”, diz orgulhosa, a artesã Carmem.

Quem passa pela Feira de Sergipe, na Praça de Eventos da Orla de Atalaia, pode encontrar um pouco do trabalho desse grupo de artesãs de São Cristovão. Para Carmem, expor e dar visibilidade ao projeto durante o evento, é motivo de alegria.

“A gente está amando mostrar o nosso trabalho. É uma grande satisfação poder divulgar o nosso patrimônio que é o folclore, os portais das igrejas e tudo que valoriza a nossa cultura. Os turistas ficam encantados e a gente, muito feliz”, finaliza a artesã.

A programação completa do evento está disponível no www.se.sebrae.com.br. Mais informações pelo 0800 570 0800. A Feira de Sergipe é promovida pelo Sebrae e conta com o apoio do Governo do Estado, Prefeitura de Aracaju, Fecomércio, Faese, Fies, Faciase, FCDL e CDL.

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