Turistas e sergipanos destacam importância cultural do FASC

Rafael Ramos
17/11/2018 21:52:13

Nas ruas de pedras e espaços seculares da Cidade Mãe de Sergipe nascia em 1º de setembro de 1972, o Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), em plena ditadura militar, como um espaço de vanguarda e liberdade. Embora tenha sido pensado como um evento cívico, a partir da convocação do Governo Federal para que os estados e as universidades realizassem comemorações sobre os 150 anos da Independência do Brasil, o evento logo se tornou o maior núcleo cultural de Sergipe e um dos maiores festivais de artes do nordeste brasileiro.

Com inspiração no modelo dos festivais de artes de outros locais, a exemplo do Festival de Marechal Deodoro, Alagoas, o reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), na época, Luiz Bispo, inaugurou o FASC, tomando-o como forma de implantar a extensão universitária. A partir daí, a UFS buscou apoio com o Ministério da Educação e Cultura, Governo do Estado, governos municipais e com diversas instituições do cenário cultural e empresarial, que assumiram, conjuntamente, a realização da festa – estreitando assim a relação entre universidade e sociedade.

Realizado ininterruptamente, o FASC aconteceu durante 23 anos: de 1972 a 1995, sob tutela da UFS. Em seguida, com algumas interrupções, o festival aconteceu até 2005. Depois de um hiato de 12 anos, por iniciativa da gestão do prefeito Marcos Santana, através da Fundação de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fundact) e da Secretaria Municipal de Governo e Relações Comunitárias, o FASC ressurgiu em 2017 mantendo a parceria com a UFS, para celebrar a 34º edição, que aconteceu com sucesso de público e crítica.

Retomando um pouco da história do FASC, retrata-se o caminho percorrido até chegar a sua 35ª edição, que iniciou quinta-feira, 15, e prossegue até domingo, 18. Uma história que conta com a participação efetiva de turistas e sergipanos, que tomam para si cada detalhe do Festival, transformando-o num democrático espaço de participação popular e expressão da identidade cultural de um povo. E são eles, turistas e sergipanos, que falam um pouco sobre esse momento de beleza, resistência e arte. Confira:

Emersão cultural

“É muito importante essa retomada do FASC, que nos permite uma emersão, ainda mais agora, numa época em que o pensamento único quer se firmar ante a diversidade cultural do nosso país. É um momento de encontro, de reconexão com a nossa história”, Pedro Bomba e Débora Amado, poetas, de Aracaju.

História e arte

“O Festival de Artes de São Cristóvão é um patrimônio da nossa cultura e deve ser preservado e valorizado por todos. É um movimento que já transcendeu São Cristóvão e Sergipe, tornando-se um evento nacional. É um encontro de história e arte que muito nos orgulha”, Edwanderley de Andrade, auditor, da Barra dos Coqueiros.

Integração e valorização

“Estou encantada com a integração das culturas local e nacional, muito empolgada com o que estou vivenciando nestes dias de FASC. Nunca pensei que fosse encontrar tantas expressões artísticas e culturais juntas num mesmo local. Melhor: estou maravilhada por ver com a cultural local, regional é valorizada, não só pela organização do Festival, mas por quem está participando do Festival. Uma grata e feliz surpresa para mim. Como já ouvi por aqui: vida longa ao FASC!”, Williany Bezerra, estudante, de Alagoas.

Fotos: Márcio Garcez.

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