O cemitério dos náufragos e as vítimas da Segunda Guerra
Na manhã de 16 de agosto de 1942, a sociedade sergipana teve uma terrível surpresa: Corpos e destroços chegavam ao litoral sergipano, após um torpedeamento.
O submarino U-507, comandado pelo capitão de corveta alemão Harro Schacht naufragou o navio Baependy, que navegava pela costa sergipana, rumo a Olinda. Na embarcação estavam um grupo de artilharia do Exército brasileiro e os familiares deles.
Além do Baependy, os navios Araraquara e Aníbal Benévolo foram atacados pelo submarino alemão. Na capital Aracaju, o clima era de medo e pesar. Muitos se perguntavam o que estava acontecendo e foi um choque para a sociedade da época, quando descobriram o covarde ataque.
Segundo historiadores, a população de Aracaju encheu a ruas em busca de explicações para tão triste fato. Pessoas se mobilizaram para ajudar, buscando sobreviventes em meio aos corpos. Outros procuravam parentes ou amigos em meio ao caos que havia se instalado.
O Baependy antes do naufrágio
Faltava pouco para escurecer quando o ataque ocorreu e dentro do navio, alguns comemoravam sem imaginar o destino que os aguardava.
Dentro da embarcação, os passageiros, em sua grande maioria, do Rio de Janeiro, tinham acabado de jantar. Além disso, era aniversário de um membro da tripulação, dessa forma, a noite estava bastante animada, com direito a uma banda animando os presentes.
O ataque ao navio
Foi às 18:53, que Schacht se aproximou do navio e disparou dois torpedos, no entanto, ele acabou errando o alvo, o que fez com que o capitão resolvesse se aproximar mais um pouco. Essa segunda tentativa acertou o compartimento de carga, fazendo com que todo o navio fosse sacudido.
Os passageiros ficaram desnorteados e muitos deles foram feridos, entretanto, o calvário estava longe de terminar, já que o torpedeamento provocou um incêndio e fez com que as luzes se apagassem, instaurando ainda mais pânico em todos os presentes.
O incidente ocorreu de maneira tão rápida, que não houve tempo para transmitir uma mensagem de socorro, muito menos lançar botes salva-vidas. Muitos passageiros encontravam-se em suas cabines, dessa forma, não tiveram tempo de sair.
Número de mortos e outros ataques
Esse incidente ceifou a vida de 286 pessoas, no entanto, para o capitão ainda não era o suficiente. Sendo assim, ele saiu à caça de outra embarcação e duas horas após afundar o Baependy, o submarino comandado por ele, explodiu o navio Araraquara, matando 131 pessoas. O próximo alvo do alemão, foi o Aníbal Benévolo, que afundou e deixou um saldo de 150 mortos. Ao total,
Foram poucos os sobreviventes, alguns puderam ser reconhecidos e foram enterrados em cemitérios da capital sergipana, contudo, alguns não puderam ser identificados, por estarem com seus corpos bastante deteriorados. A solução foi enterrá-los no que posteriormente ficaria conhecido como Cemitério dos Náufragos. No ano de 1973, o cemitério foi reconhecido como patrimônio histórico do estado de Sergipe.
A criação do cemitério
Alguns acreditam que o cemitério foi criado por conta do fatídico acontecimento, todavia, os moradores locais sempre afirmavam que o lugar já existia antes do torpedeamento de 1942. Uma parte alega que o lugar tem mais de 100 anos, outros, chutam 200.
O episódio do torpedeamento desses navios brasileiros, foi um fator decisivo, que fez com que o Brasil entrasse na Segunda Guerra mundial. Com toda certeza, o acontecimento marcou a história do Brasil e ficará no imaginário popular por bastante tempo.