Profissionais de instituições de proteção à criança, membros do trade turístico e representantes de doze municípios sergipanos estiveram reunidos no ‘I Seminário de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Decorrente da Atividade Turística’, realizado nesta terça-feira (06), no Hotel Confort Aracaju. O evento é uma realização do governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Turismo, com financiamento do Programa de Desenvolvimento do Turismo de Sergipe – Prodetur/SE, e visa a criar ações protetivas para que o turismo sexual, principalmente com a exploração de crianças e adolescentes, não aconteça no estado.
Para o professor Elder Cerqueira, da UFS/SE e um dos palestrantes, é fundamental pensar em prevenção, criando os mecanismos para fazer proteção e inserir a sociedade nesse contexto. “Fizemos uma pesquisa de exploração sexual de crianças e adolescentes, com foco no turismo de Sergipe e da Bahia, e muitas vezes as pessoas não enxergam ou já banalizaram a situação. Em Sergipe, o turismo tem sido muito com a família, então a possibilidade é muito menor. Porém, o que chamou atenção é que poucas pessoas do trade turístico sabem atuar quando se depara com uma situação de exploração sexual”, detalhou o pesquisador.
De acordo com o diretor administrativo da Emsetur, Saulo Eloy Filho, é preciso avaliar o impacto negativo no turismo quando existe a exploração de crianças e de adolescentes, e é por isso que Sergipe precisa se antecipar. “Essa é uma temática importante que envolve a sociedade. O governador Jackson Barreto tem permitido ações para o crescimento do turismo em nosso Estado, então temos de crescer de forma articulada entre as instituições e a comunidade”, disse o diretor.
O Seminário promovido pela Secretaria do Turismo reuniu psicólogos, assistentes sociais, conselheiros tutelares, conselheiros municipais de assistência e profissionais do setor turístico. No turno da tarde, aconteceram trabalhos em grupos com o objetivo de propor estratégias para fortalecimento e mobilização contínua para o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes decorrentes da atividade turística.
O presidente do Aracaju Convetion Bureaut, o empresário Luiz Simões, destacou que as ações propostas devem ser transformadas em ações governamentais de apoio ao combate e à exploração sexual. A coordenadora do Serviço de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Educação e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Josevanda Franco, considerou que a exploração sexual é uma avalanche que está presente em muitos estados, e que é preciso que a rede de proteção se comunique de forma mais direta.
A juíza Iraci Mangueira, que coordena o Núcleo da Infância e da Juventude no Tribunal de Justiça de Sergipe, levantou a questão de que a sociedade vive dias de banalização do sexo precoce de crianças. “Devemos impedir esse tipo de prática de abuso em Sergipe. O tribunal de Justiça se soma a essa causa”, afirmou a juíza. Também reforçam essa defesa contra a exploração sexual de crianças e adolescentes o Ministério Público e o Conselho de Direitos Humanos da OAB/SE