Um poder sobrenatural: rezas fortes

 

Era costume dos mais antigos, na época em que a luz elétrica era inexistente no sertão e no agreste sergipanos, a família se reunir, principalmente nas noites de lua cheia, ao redor de uma fogueira, ou no alpendre da casa, à luz de lamparina ou lampião, e os mais velhos começarem a contar algumas estórias e histórias para os mais novos.

Havia aquelas sobre os tempos bíblicos, como as de Sansão e Dalila, as dos reis Davi e de seu filho, o rei Salomão, as estórias de Ali Babá e os 40 ladrões, mas também havia aquelas sobre nossos antepassados e suas proezas, coragem e valentia, entre essas era comum se contar sobre o poder das “rezas fortes” que os antigos conheciam e utilizavam para se livrar de algum mal ou para alcançar alguma benção.

O momento histórico no qual nossos ancestrais viveram era regido por diferentes fontes de poder. Todas elas antagônicas entre si. Lei e ordem não eram direito de todos, mas somente daqueles que estavam no poder, enquanto no poder estivessem, e de seus aliados. Era algo difícil de se obter e de se manter. Por esse motivo, nossos antepassados, quando em situações conflitantes, em que suas habilidades pessoais e conhecimento não lhes permitiam encontrar soluções rápidas para as ameaças que frequentemente sofriam de seus inimigos naturais, animais e humanos, procuravam ajuda no Poder Invisível do Criador de todas as coisas. Isso através de suas “rezas fortes”.

 

Não é possível, em nossos dias, saber em que geração nossos antepassados começaram a utilizar esse poder da fé. Sabemos apenas que nossos trisavôs e nossas trisavós, nascidos entre a década de 1840 a 1860, conheciam essas rezas, pois nossos avôs e nossas avós conviveram com eles, ou ouviram de seus pais sobre suas histórias, e nos repassaram, pelo menos, algumas delas.

 

 

Acreditamos que essa fé tenha vindo da Europa, com os primeiros colonizadores do Brasil, nossos ancestrais.

Todas as histórias que ouvimos sobre esse assunto, principalmente aquelas que me foram apresentadas nos últimos dez anos, foram-nos narradas por algum parente.

As pessoas envolvidas nelas, em sua maioria, já morreram; portanto, não há como confirmar os fatos com seus atores principais. Cabe aos integrantes da atual geração de nossa história crerem naqueles que nos contaram os fatos, ou simplesmente vê-las como relatos fantasiosos, estórias de mentes criativas. De qualquer forma, acreditamos ser importante, nem que seja por tradição, contar-lhes sobre os “milagres” que nossos ancestrais e que alguns de seus descendentes conseguiram ver realizados através da fé nas rezas fortes. Eles conseguiram sobreviver a tiroteios, emboscadas e outras ameaças à vida através desses fenômenos sobrenaturais em que acreditavam.

 

Acreditamos ter chegado o momento destas novas gerações, que têm lotado as redes de cinema em todo o país ao longo das últimas décadas, com uma paixão avassaladora, em busca desses filmes de ficção que lhes revelam a existência de um poder sobrenatural em seres humanos, descobrirem que seus antepassados viveram essa experiência sobrenatural de forma natural, cotidianamente.

E mais. Já passou da hora de cada um de nós, seus descendentes, utilizar esse mesmo poder, advindo da fé no Poder de Deus agindo sobre nós, para que possamos ver milagres e maravilhas acontecerem em nossas vidas e nas vidas daqueles que amamos, em todas as partes de nosso país e do mundo.

 

Zefa de Primo: Contra o Bando de Lampião

 

Aqui, você conhecerá algumas das mais incríveis histórias.

Apresentaremos através do “Cultura Sergipana Podcast” algumas histórias sobre o poder das rezas fortes.

As personagens principais apresentadas em cada caso são, em sua expressiva maioria, parentes entre si. Fato esse que demonstra que esse fenômeno era, ou ainda é, tradição de família.

Ouçam todos os relatos cuidadosamente. Não é preciso acreditar neles, apenas reflitam sobre eles. No final de sua leitura, se acreditarem que o assunto em pauta é irreal, esqueçam de tudo que leram. Caso desejem acreditar, mas não consigam, deem um tempo para si mesmos. Esperem alguns meses ou anos e ouçam novamente.

 

Texto extraído do livro

“AS ESCRITURAS SAGRADAS AS REZAS FORTES E A FÉ” – Reinaldo Alves dos Santos 

 

Neste primeiro episódio do Cultura Sergipana Podcast contaremos a história de Zefa de Primo quando o temido Bando de Lampião invadiu sua casa em Ribeirópolis, no interior de Sergipe.

Você pode escutar acessando o vídeo abaixo ou pelas plataformas do Spotify, Google Podcasts e Anchor e youtube

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